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A importância do Brasil no estudo das Nuvens de Magalhães
Conheça o projeto VISCACHA e sua atuação utilizando o telescópio terrestre SOAR no Chile
Olá, tudo bem? Depois de mais de um ano, voltamos com a newsletter Direto de Marte! Dessa vez, conheça o projeto VISCACHA em que o Brasil trabalha observando as Nuvens de Magalhães e sua importância na astronomia brasileira.
Brasil faz ciência sim!
Estamos acostumados a receber diversas notícias de grandes descobertas científicas relacionadas ao espaço que exaltam trabalhos internacionais como “Nasa descobre outra ‘Super-Terra’ em zona habitável no Universo“. Mas e o Brasil?
Se você acompanha a Missão Exoplaneta já conhece diversos trabalhos brasileiros de enorme relevância. Já te apresentamos o CANGA (levantamento de galáxias do Hemisfério Sul), o BINGO (radiotelescópio brasileiro sendo construído aqui no Brasil) e as observações no Observatório Pico dos Dias em Minas Gerais. Sem falar das diversas entrevistas em que conhecemos cientistas brasileiros atuando em vários estudos com colaborações internacionais como é o caso do cosmólogo Arthur Loureiro e o telescópio Euclid.
Ajude a Missão Exoplaneta votando em https://www.premiompb.com.br/. É possível votar até o dia 22/11/2024
E agora, em mais uma parceria com o projeto de divulgação científica Céu Profundo, Wandeclayt Melo entrevistou Bruno Dias, astrônomo, presidente da Sociedade Chilena de Astronomia e que trabalha no projeto VISCACHA que estuda as Nuvens de Magalhães.
As Nuvens de Magalhães
As famosas Nuvens de Magalhães, atuam como galáxias satélites da Via Láctea e se localizam aproximadamente 200 mil anos-luz da Terra rodeando numa região periférica a nossa galáxia. Tanto a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães são possíveis de observar a olho nu no Hemisfério Sul e recomendo acessar o Stellarium Web para verificar a hora e posição das Nuvens para melhor identificação no céu noturno. Elas receberam esse nome devido ao navegador português Fernão de Magalhães registrá-las numa observação no século 16.
Captura de tela do Stellarium Web que fornecesse a localização da Grande Nuvem de Magalhães
Outra curiosidade é que a Grande Nuvem de Magalhães está num estágio evolutivo o que significa que está passando por um processo contínuo de formação de estrelas.
A importância do VISCACHA
Com grande impacto internacional, o VISCACHA conta com diversos estudantes brasileiros, mais de 10 artigos publicados e mais de 500 horas de observação utilizando o telescópio terrestre SOAR que localiza-se no Chile. O projeto faz levantamento de dados (survey) de uma região do céu, mais precisamente das Nuvens de Magalhães. Essa configuração de uma galáxia como a Via Láctea e essas duas galáxias orbitarem ela, só acontecem em 10% dos casos no Universo.
Durante a entrevista, o astrônomo Bruno Dias explicou que essa configuração é muito rara e que temos o privilégio de ter em nossa vizinhança a possibilidade de observar e estudar com tantos detalhes essa configuração.
Para entendermos melhor, os aglomerados estelares são um conjunto de estrelas que se formaram juntas e que gravitacionalmente, se mantém como um sistema. Segundo o astrônomo, esses aglomerados
“[…] funcionam como fósseis porque como foram formados na mesma época, essas estrelas têm a mesma ideia, têm a mesma composição química ali, um DNA que fica na atmosfera das estrelas… uma informação muito preciosa da época da formação delas. E com isso, usando conhecimentos de astrofísica estelar, de evolução, a gente pode usar tudo isso para determinar a idade desses aglomerados.“
Ouça a entrevista completa no YouTube
Com o objetivo de facilitar o acesso aos conteúdos sobre astronomia e aos áudios de entrevistas com cientistas brasileiros, disponibilizamos no nosso canal do YouTube os episódios da Missão Exoplaneta. Você pode ouvir a entrevista completa com o astrônomo Bruno Dias junto do Céu Profundo a seguir: